Por que você
ainda não deve comprar um monitor 4K para jogos
A tecnologia 4K
chegou com tudo. Quer dizer, as promessas eram de “uma qualidade inigualável” e
de “imagens que você nunca viu antes”, mas, na prática, pouca gente pôde
experimentar essa novidade por conta de um negócio chamado dinheiro (ou falta
dele).
Por outro lado, é
até bom que as pessoas não tenham embarcado nesta ideia com tanta voracidade,
pois quem apostou todas as fichas logo no lançamento acabou tendo algumas
decepções.
A verdade é que
nem mesmo agora, que a tecnologia já está mais madura, vale a pena investir em
um monitor com tamanha capacidade, principalmente se você pretende jogar. Por
quê? Isso é o que vamos explicar neste artigo.
Limitações nos
monitores e no hardware
A primeira coisa
que é preciso considerar é a tecnologia dos atuais monitores. Muitos modelos
trazem taxa de atualização de apenas 30 Hz. Essa limitação geralmente é imposta
por conta da complexidade (algo que custa muito) em aliar a alta definição do
4K com a taxa de atualização de 60 Hz (o que é o mínimo necessário para quem
busca desempenho satisfatório nos jogos).
Agora, imagine se
você comprou um monitor que opera em 4K, mas apenas a 30 Hz. Qual a limitação
que você vai ter? Bom, o maior problema é que os jogos rodarão a no máximo 30
fps. Isso é o mínimo aceitável para a grande maioria dos jogos, e rodar no
limite não vai oferecer uma experiência ideal. Você poderá rodar filmes e usar
o sistema operacional sem problemas, mas seus games ficarão limitados e muitos
causarão sérias dores de cabeça.
Acontece que
algumas fabricantes são espertas e anunciam o suporte para 60 Hz, mas muitas
vezes ocultam a informação de que essa configuração só é possível quando a
resolução é reduzida para Full HD. Você deve concordar que se é pra jogar em
1080p, você pode fazer isso em qualquer monitor mais barato que funcione a 60
Hz ou com frequências maiores.
Há também alguns
displays que até trabalham em 60 Hz, mas que exigem conexão DVI do tipo
Dual-Link ou DisplayPort. Esses padrões são mais difíceis de encontrar e muitos
displays usam truques para enganar o computador e conseguir rodar o jogo em 4k
e manter a frequência a 60 Hz. O HDMI 1.4a, que é comum nas placas gráficas
mais recentes, pode rodar jogos em 4K, mas ele é limitado a fazê-lo na
frequência de 30 Hz.
Além da questão
da frequência, é preciso considerar a tecnologia do painel. A maioria das telas
atuais trazem painéis de TN (Twisted Nematic), que é uma tecnologia inferior,
em diversos sentidos, ao IPS (In-Plane-Switching).
O painel TN até
tem maior taxa de atualização, mas isso não quer dizer nada, visto que as
fabricantes ainda limitam os displays a 30 Hz. O IPS, por outro lado, tem mais
cores (e melhores) e pouca distorção de conteúdo em ângulos obtusos.
Por fim, temos
que considerar a questão do tempo de resposta. Muitos modelos comercializadas
atualmente trazem tempos de resposta iguais (ou até superiores) a 8 ms. Isso é
péssimo, principalmente para quem joga games de FPS. O ideal é adquirir uma
tela com tempo de resposta inferior a 5 ms, mas essas são bem custosas e
difíceis de encontrar.
No fim, é quase
impossível encontrar uma tela que tenha alta taxa de atualização, painel com
tecnologia IPS e tempo de resposta aceitável. Quando você encontra um monitor
com tais qualidades, você acaba caindo no problema do preço, que pode facilmente
superar 2 ou 3 mil dólares.
É preciso uma
configuração muito robusta
Imaginando que os
atuais monitores não tivessem uma série de empecilhos, adquirir um monitor 4K
até seria interessante, pois um display com tal capacidade oferece qualidade de
imagem surpreendente. Todavia, quem não tem um computador realmente potente
acabaria se decepcionando ainda mais.
Já parou pra
pensar de que de nada adianta ter um monitor 4K e ser forçado a configurar o
jogo para rodar em Full HD por conta da sua placa de vídeo que não aguenta
executar o título em 4K? Também não adianta muito aguentar 4K e configurar
todos os efeitos e filtros para o nível baixo e acabar “experimentando gráficos
de Atari”.
Vale ressaltar
que a configuração e um computador com capacidade para rodar jogos em 4K não se
restringe apenas a uma boa placa gráfica (ou até uma configuração SLI ou
CrossFire). É preciso ter um processador de ponta (que exige uma boa
placa-mãe), muita memória RAM, um SSD (que ajudaria a transferir grandes
pacotes de texturas do armazenamento para a RAM) e uma fonte que seja capaz de
dar conta do recado.
Sai muito caro
Agora, vamos ver
o quanto vale a pena investir na tecnologia. Você precisa ter alguns milhares
de reais apenas para o monitor e mais alguns milhares de reais para o
computador. O total dessa conta facilmente ultrapassa a marca de 10 mil reais.
Resta você dizer:
vale a pena gastar tanto para ter uma qualidade melhor nos jogos? Ou seria mais
interessante pegar essa grana e adquirir um console (ou vários), uma televisão
gigante e vários jogos?
Enfim, é possível
ter um monitor 4K de qualidade, mas a relação entre custo e benefício ainda
está longe do padrão da maioria dos padrões dos televisores que estão no
mercado atualmente. Para avaliar se vale a pena, tudo dependerá do seu objetivo
e do quanto dinheiro você se dispõe a gastar.
Baseado nos
históricos de tecnologias semelhantes (como as telas planas, TVs Full HD e
telas com tecnologia LED, que até pouco tempo atrás também tinham preços
proibitivos), podemos afirmar que em questão de um ano, ou pouco mais, veremos
uma queda nos preços e uma evolução significativa do 4K.
Quando essa hora
chegar, você saberá que está na hora de migrar. Tudo isso é claro acompanhado
de conteúdo e poder de processamento adequado para alimentar tantos pixels.
Você acha que existe a necessidade de adotar essa novidade de prontidão? Ou
esperar é a melhor decisão?


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