Pesquisadores brasileiros encontram falha crônica no 'DNA' dos antivírus
Nenhum
antivírus é perfeito, e todo mundo sabe disso ou pelo menos imagina. Contudo,
uma pesquisa conjunta do Centro de Tecnologia da Informação
Renato Archer (CTI) e
da Universidade Federal de Uberlândia constatou que grande parte dos
antivírus atuais tem um problema crônico herdado dos primeiros softwares desse
tipo que surgiram no mercado. Um
dos pesquisadores responsáveis pelo estudo, Rodrigo Ruiz, explicou que esse problema
está ligado à forma com os antivírus reconhecem as “assinaturas” de softwares
maliciosos, os malwares. Basicamente, sempre que o programa de segurança
identifica tal assinatura em qualquer arquivo, ele trabalha intensivamente para
eliminá-lo, mesmo que o arquivo não seja de fato uma ameaça. “Nossa
pesquisa apontou uma falha no conceito de identificação dos chamados malwares,
que são as assinaturas características de cada arquivo, aplicadas nos antivírus
há quase 30 anos. Todos os antivírus possuem um núcleo comum, uma mesma origem,
como um DNA primário, e trazem uma deficiência genética dos primeiros
antivírus”, explica Rodrigo Ruiz, pesquisador do CTI Renato Archer.Problema
comprovado. Para
comprovar a falha, Ruiz e colegas desenvolveram um método chamado “Apoc@lypse”,
que basicamente “infecta” arquivos inofensivos armazenados no em um computador
com o “DNA” ou assinatura provenientes de malwares. Com isso, é possível criar
uma “doença
autoimune”, em que o próprio antivírus começa a destruir partes importantes
do sistema sem que elas sejam realmente ameaçadoras. “Conseguimos
implantar o DNA inofensivo de alguns vírus de computador em arquivos sem afetar
a sua funcionalidade. Com isso os antivírus passam a combater e destruir
arquivos que não representam riscos. Exatamente o que acontece em uma doença
autoimune, em que o sistema imunológico humano passa a atacar o próprio
organismo”, complementa Ruiz. Ctrl+C
e Ctrl+V. Acredita-se
que essa falha ainda se mostre tão presente nos antivírus modernos é a
possibilidade de desenvolvedoras ainda continuarem utilizando os menos
conceitos de detecção e até mesmo partes de código altamente ultrapassadas,
criadas décadas atrás. Algo entre 150 e 180 dos antivírus mais usados no mundo
possuem a falha. Os
pesquisadores estudam agora uma correção para esse erro na origem dos
antivírus. “Essa pesquisa chama toda a indústria de antivírus a repensar seus
conceitos, evoluir e apresentar a todos nós produtos melhores e mais seguros”,
diz Rogério Winter, Tenente Coronel do Exército Brasileiro e oficial de ligação
no CTI Renato Archer, um dos pesquisadores responsáveis pelo Apoc@lypse. A
pesquisa foi publicada para a comunidade científica através de um livro chamado
“Apoc@lypse: The end of antivirus”, já listado na Amazon, mas ainda indisponível para compra.
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