Sincronia perfeita: testamos a tecnologia AMD FreeSync com o Acer XG270HU
Quase seis meses após o lançamento da
tecnologia FreeSync, algumas fabricantes de monitores finalmente disponibilizam
produtos compatíveis com a novidade da AMD. O
conceito é similar ao que já vimos no G-SYNC da NVIDIA, mas aqui temos o
recurso totalmente funcional sem a necessidade de componentes adicionais nas
telas. A
principal ideia desta tecnologia é colocar a placa de vídeo em sincronia com o
monitor, de modo que o jogador obtenha melhores resultados visuais. De acordo
com a informação da AMD, a principal vantagem de sua tecnologia é a ampla
capacidade de trabalhar com as mais variadas taxas de atualização nos
monitores, indo desde os 9 Hz até incríveis 240 Hz. Recentemente,
nós recebemos um monitor compatível com o recurso, o que nos deu a
possibilidade de testar o FreeSync de perto em diferentes resoluções e taxas de
atualização. Neste artigo, vamos apresentar as principais informações sobre a
tecnologia, bem como comentar questões de placas compatíveis, softwares, preços
e muito mais. Os problemas: screen tearing
e stuttering
Antes
de entrar em detalhes sobre a tecnologia da AMD, precisamos compreender a razão
para ela ter sido inventada, afinal toda novidade tem um objetivo que visa
propiciar melhorias para o consumidor. O
FreeSync tem duas missões: entregar visuais agradáveis e evitar defeitos na
composição da imagem. Os dois problemas que acontecem em decorrência da falta
de sincronização entre chip gráfico e monitor são o screen tearing e o
stuttering. O
screen tearing é o famoso “rasgo de tela”, que acontece quando a taxa de frames
por segundo ultrapassa as capacidades de atualização do monitor. Neste caso, a
placa de vídeo envia muitos quadros, algo que não é acompanhado pela reprodução
no display.
Neste
caso, quando o monitor ainda está exibindo determinada cena, a placa de vídeo
já está enviando mais frames, o que resulta em um deslocamento do conteúdo,
algo que é marcado por uma linha que revela a falta de sincronização entre tela
e processador de vídeo. O
stuttering aparece quando o chip gráfico não é capaz de acompanhar os
requerimentos básicos de processamento do jogo. Esta situação é agravada pelas
altas taxas de atualização do monitor, o que acaba deixando a experiência bem
comprometida. Nesses
casos, a taxa de frames por segundo fica abaixo do aceitável. Basicamente,
qualquer coisa abaixo de 20 frames por segundo já vai ser visivelmente notado,
pela repetição de quadros e falta de sincronia com o display. Sincronização
vertical . Os
problemas de desempenho gráfico sempre existiram, mas muitas tecnologias vêm
contornando tais inconvenientes. Há casos que não podem ser facilmente
solucionados, mas o screen tearing e o stuttering podem ser resolvidos com uma
ideia inteligente: a sincronização vertical. Não se trata de uma novidade, uma
vez que o chamado V-Sync já existe faz um bom tempo. Basicamente,
a sincronização vertical é uma forma de travar a performance do chip gráfico,
para garantir uma conversa responsiva com o monitor. A maioria dos monitores
trabalha com taxa de atualização de 60 hertz fixos, então a placa de vídeo
precisa enviar 60 quadros por segundo para acompanhar o progresso da cena de
forma fluida.
O
grande problema é que este recurso não funciona legal quando há muitas
oscilações no desempenho da placa de vídeo. A sincronização vertical é
projetada para atuar em múltiplos de dois, ou seja, quando a taxa cai abaixo
dos 60 hertz, o monitor é forçado a rodar a 30 hertz. Em monitores mais robustos,
é possível ativar o V-Sync em outras frequências. Acontece
que se a taxa de frames cai abaixo dos 60 hertz, a placa de vídeo é forçada a
renderizar a 30 frames por segundo (seguindo a lógica de sincronizar a 30 hertz
com o monitor), só que isso resulta em uma performance sofrível, com muitas
oscilações tanto no taxa de quadros quanto na taxa de atualização. A
solução: AMD FreeSync Para
contornar estes inconvenientes, algumas empresas bolaram novas tecnologias que
pretendem deixar a sincronia vertical mais maleável, ou seja, ela não é mais
fixa em 60 hertz, tampouco precisa trabalhar em valores específicos. O
Adaptive Sync é um recurso que surgiu há algum tempo e que foi implementado nos
conectores DisplayPort (somente para componentes compatíveis com DisplayPort
1.2a), garantindo ao consumidor a possibilidade de usar sincronias adaptáveis
ao conteúdo.
O
que isso significa? Oras, em vez de a placa de vídeo ter que trabalhar sempre
em patamares fixos, ela pode ter oscilações na performance, mas isso não deve
afetar o jogador, pois o Adaptive Sync atualiza a taxa do monitor de acordo com
o resultado proveniente do chip gráfico. A
tecnologia AMD FreeSync é justamente uma versão do Adaptive Sync incorporada
aos chips gráficos AMD Radeon (somente modelos selecionados, vamos comentar
mais sobre isso posteriormente). Com esta novidade, o jogador pode desfrutar de
uma experiência livre de screen tearing e stuttering, obtendo ótimos resultados
em qualidade visual de filmes e jogos. Como
funciona? O
funcionamento do FreeSync é relativamente simples. Primeiro, a placa de vídeo
processa todo o conteúdo do game, ou seja, renderiza a cena com texturas,
polígonos, filtros e outros elementos (estamos falando aqui de milésimos de
segundo). A
placa de vídeo fica responsável também por gerar o sinal de atualização da tela
e é encarregada de sincronizar os dois componentes. Isso acontece de forma
automática, pois o chip gráfico pode calcular quantos frames serão renderizados
em um segundo.
Uma
vez calculada tal informação, a imagem e o sinal de atualização são enviados ao
monitor, que vai receber o conteúdo, ajustar a taxa de atualização (de acordo
com o que a placa de vídeo definiu previamente) e, por fim, exibir o resultado
da cena processada ao jogador. É
importante constatar aqui que estamos falando de um único frame, pois não há
tempo hábil para que o chip gráfico aguarde até que a cena fique pronta
(pensando que normalmente falamos em medidas de frames por segundo). Esse
processo se repete em toda cena, de modo que o monitor tem sua taxa de
atualização ajustada a todo novo quadro que aparece. Quando
o FreeSync é ativado, este procedimento acontece a todo instante, seja para
jogos ou para outros conteúdos (sim, até mesmo a Área de trabalho pode
trabalhar com FreeSync). A placa de vídeo sincroniza até mesmo os mais baixos
frames com o monitor, evitando quaisquer problemas visuais.
Detalhe:
os resultados são mais promissores quando o computador envia um sinal que fica
entre a taxa mínima e a máxima de atualização do monitor. Conforme a AMD
divulgou, a principal vantagem de sua ecnologia é a ampla capacidade de
trabalhar com as mais variadas taxas de atualização nos monitores, indo desde
os 9 Hz até incríveis 240 Hz. Isso
quer dizer que, se a placa de vídeo não dá conta de atingir uma taxa de frames
equivalente à taxa de atualização mínima do monitor, você ainda vai ter alguns
problemas na formação da imagem, por conta de alguns quadros serem repetidos
para compensar a falta de conteúdo. Placas
compatíveis Como
se trata de uma novidade, a AMD limitou o uso do FreeSync a alguns componentes
de hardware específicos. Por enquanto, somente seis placas de vídeo para
desktop são compatíveis, mas qualquer placa com arquitetura GCN 1.1 ou superior
deve suportar a tecnologia.
AMD Radeon R9 Fury X
AMD Radeon R9 300 Series
AMD
Radeon R7 360
AMD
Radeon R9 295X2
AMD
Radeon R9 290X
AMD
Radeon R9 290
AMD
Radeon R9 285
AMD
Radeon R7 260X
AMD
Radeon R7 260
Como
você pode ver, apesar de contarem com poder de sobra para cuidar do FreeSync,
placas como a R9 280 e a R9 270 não são incluídas nesta lista, pois elas não
trazem os mecanismos mais recentes (elas ainda usam a GCN 1.0) para tal
atividade. pesar disso, é possível usar o FreeSync nestes produtos para a
execução de vídeos. Futuras arquiteturas devem ter compatibilidade
automaticamente. APUs
compatíveis
AMD
A10-7850K, AMD A10-7800, AMD A10-7700K, AMD A8-7650K, AMD A8-7600, AMD A6-7400K
Monitor:
Acer XG270HU
Tecnologia
do painel: Twisted Nematic Film (TN)
Tamanho
da tela: 27 polegadas
Proporção:
16:9
Resolução:
2560x1440 (WQHD)
Tempo
de resposta: 1 ms
Taxa
de atualização: 144 Hz
Contraste:
100.000.000:1
Brilho:
350 Nit
Conexões:
DVI / HDMI / DisplayPort 1.2
AMD
FreeSync: sim
Máquina
de testes
Sistema:
Windows 10
CPU:
Intel Core i7-6700K @ 4,00 GHz
Placa-mãe:
GIGABYTE Z170X-Gaming G1
Memória:
16 GB RAM Corsair DDR4 2.133 MHz
Placa
de vídeo: Sapphire Radeon R9 285
SSD:
Corsair Neutron XT 240 GB
Fonte:
Corsair RM1000
Como
realizamos os testes
O
FreeSync é uma tecnologia de sincronização que surte efeitos apenas na exibição
final das imagens. Basicamente, não há como constatar qualquer deficiência via
benchmark porque o computador não “enxerga” problemas quando a imagem já foi
processada pelo monitor.Os
resultados são perceptíveis somente ao olho humano, então nós usamos jogos
comuns (como Counter Strike e Middle Earth: Shadow of Mordor) para realizar os
testes práticos. Além disso, instalamos um aplicativo de demonstração da
própria AMD para conferir as diferenças entre os resultados com e sem o
FreeSync. A
configuração do monitor é muito simples, sendo necessário apenas ativar no menu
a função “DisplayPort 1.2”. No painel de controle Catalyst, basta navegador
entre as opções da tela e habilitar o recurso FreeSync. O restante dos
procedimentos é todo realizado pela placa de vídeo. Resultados Na
prática, os resultados são perceptíveis e garantem uma experiência de jogo
agradável. Com o aplicativo da AMD, podemos perceber claramente a diferença que
existe entre a imagem sem qualquer tecnologia de sincronização e com o V-Sync e
o FreeSync em funcionamento. Confira nossas capturas: FreeSync
desativado No
caso da placa de vídeo utilizada em nossos testes, a diferença fica ainda mais
gritante com o uso do FreeSync, pois se trata de um componente intermediário
que nem sempre dá conta de chegar aos 60 frames por segundo (principalmente em
jogos como Shadow of Mordor). Nos
games, como já era de se esperar, também não tivemos quaisquer problemas com o
FreeSync ativado. A experiência com o Counter Strike foi a mais gritante, pois
o jogo roda acima de 100 frames por segundo (o que força o monitor a rodar em
taxas de atualizações mais altas), mas a placa de vídeo se encarrega de manter
a experiência fluida. Algumas
pessoas relatam que tecnologias como o G-SYNC e o FreeSync causam atrasos
devido ao processamento adicional para sincronizar conteúdos, mas não notamos
atrasos da GPU, uma vez que ela sincroniza rapidamente a taxa de frames com a
taxa de atualização do monitor. Um
futuro sincronizado pela frente No
fim do dia, ficamos boquiabertos com a simplicidade e eficiência do FreeSync. A
nova tecnologia da AMD não exige qualquer conhecimento avançado do usuário,
sendo ativada com um simples clique e poucos ajustes no próprio monitor. Os
resultados são perceptíveis em todos os jogos, visto que não é possível
constatar os velhos problemas decorrentes da falta de comunicação entre placa
de vídeo e display. A qualidade superior de imagem deve surpreender a todos os
jogadores, que jamais vão se incomodar com defeitos que atrapalhavam a
jogatina. Vale
ressaltar ainda a questão da versatilidade do FreeSync, já que é uma tecnologia
que atua desde as taxas mais baixas de atualização (na casa dos 9 herz) até as
mais altas (chegando a 240 hertz). Isso garante ótimos resultados tanto em
desempenho gráfico quanto em consumo energético (quando o monitor pode poupar
recursos ao trabalhar com taxas de atualização mais baixas). Apesar
desses pontos positivos, a tecnologia FreeSync ainda não é muito acessível e só
funciona em monitores específicos, que, mesmo sem precisar de hardware
adicional, custam mais caro do que modelos comuns. Felizmente, a situação deve
melhorar com o passar do tempo e a popularização dos produtos. Se você tem uma
placa da AMD, vale investir nesta tecnologia!
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