Novos processadores Intel Skylake são menores, econômicos e mais poderosos
Durante esta semana, a Intel está mostrando —
em São Francisco, na Califórnia —, suas novas tecnologias para o mundo na IDF15
— a Intel Developer Forum. Obviamente, uma das principais atrações do evento é
a nova geração de processadores denominada Intel Skylake.
Como era de se
esperar, o foco da nova geração é continuar investindo na economia de energia,
sem deixar a questão da performance de lado.
Não adianta
esperar grandes melhorias na frequência, já que as otimizações são focadas em
outros componentes que podem garantir melhores resultados na comunicação
interna dos componentes do processador. Um dos destaques da nova plataforma é o
suporte para a tecnologia DDR4, que deve dobrar a largura total de banda de
memória.
Os processadores
da linha Skylake são focados em diversos segmentos, com consumo que varia de
4,5 watts em tablets até 95 watts nos computadores. Graça ao uso inteligente da
energia, esses chips têm espaço de sobra para aumentar o desempenho e lidar
melhor com as temperaturas mais elevadas.
Além dessas
questões, a Intel ressaltou que o objetivo da nova série não é apenas evoluir
os núcleos, mas também todos os componentes que ficam ao redor dos componentes
de processamento. Assim, os processadores como um todo — sejam para
computadores ou dispositivos móveis — terão seus tamanhos diminuídos.
A ideia é levar
aparelhos cada vez mais compactos e leves ao consumidor. Apesar de não ser algo
que esteja ao alcance da empresa, o objetivo é reduzir também o tamanho das
placas-mãe e outros itens. Pensando nos aparelhos compactos, a Intel embutiu,
em alguns chipsets, barramentos para comunicação com dispositivos de
armazenamento e câmeras.
Uma jogada
impressionante foi a inclusão de processadores de sinal de imagem em alguns
chips da nova linha. Esses componentes poderão controlar até quatro câmeras de
13 MP, com duas ativadas simultaneamente. Os produtos Intel poderão processador
vídeos em 4k@30fps ou 1080p@60fps, detectar rostos, realizar captura em modo
panorama e trabalhar com HDR.
Energia é o foco
principal
A linha Skylake
melhora o uso de recursos com controles mais precisos. Agora, quando o
processador não necessita de uma determinada unidade, ele pode simplesmente
desabilitá-la. Vamos supor que um programa não usa instruções AVX2 ou SSE4.2, o
chip logo detecta tal característica e desliga um setor que não será necessário
naquele momento.
O que antes era
controlado via sistema operacional foi passado para a CPU. O sistema ainda
consegue gerenciar algumas coisas, podendo reduzir a frequência para economizar
bateria, mas o processador atua na maior parte do tempo. De acordo com o
ArsTechnica, ele pode baixar o clock para 100 MHz, o que é ótimo em alguns
casos.
Antigamente, o
processador tinha de enviar uma informação para o sistema (informar sobre
recursos livres, relatar um aumento de temperatura) e aguardar para que o
software desse uma ordem. Nos atuais componentes, a CPU detém esse tipo de
controle e sabe como proceder, evitando desperdício de tempo e poupando
recursos.
Outra ideia
inteligente da arquitetura Skylake é o desligamento parcial de energia. Quando
o processador não tem muito trabalho a ser realizado, a frequência é reduzida
drasticamente, mas, quando ela chega num limite, o processador pode suspender a
atividade parcialmente, reduzindo ainda mais o consumo.
Mais instruções e
mais memória
Obviamente,
energia e novas funcionalidades são importantes, mas para quem busca mais
desempenho, a nova série de chips da Intel também tem algumas surpresas na
manga. Ao contrário do que muitas pessoas têm em mente, a frequência do
processador não é o único fator que dita a performance geral. Há muito mais
envolvido no interior do componente.
Uma das
principais vantagens da linha Skylake está na forma como a plataforma lida com
as informações armazenadas em cache. A nova arquitetura pode buscar e enviar
até seis instruções simultaneamente, sendo capaz de armazenar em buffer até 224
instruções. Para você ter uma ideia, na atual geração, a Haswell, os
processadores só guardam 192 instruções.
O armazenamento
temporário de informações, também conhecido como prefetch, está mais
inteligente, sendo ativado somente quando necessário. Em teoria, o uso reduzido
deste segmento deve liberar mais energia para o processador trabalhar com
clocks mais elevados.
Quanto às
instruções, a Intel divulgou que a aceleração AES teve o processo de
criptografia melhorado em até 33%. A saída do buffer principal (que liga os
núcleos aos demais itens) teve sua performance dobrada sem precisar consumir
mais energia. A Intel também promete mais desempenho graças ao aumento no cache
L3, que vai de 1,5 MB para 2 MB por núcleo.
Um diferencial em
termos de arquitetura se deu na alteração do posicionamento da memória eDRAM.
Antes conhecida como cache L4, tal módulo agora fica fora do encapsulamento dos
núcleos, sendo ligado diretamente ao agente do sistema, componente que permite
o uso da memória por todos os itens do processador, incluindo o barramento
PCI-Express.
Basicamente, os
Intel Skylake não têm memória cache L4, sendo que a eDRAM agora é a memory side
cache. A nova eDRAM pode acessar qualquer dado dos núcleos e armazenar qualquer
informação, mesmo aquelas que o sistema operacional indica que não devem ser
guardadas no cache. A Intel não revelou o quanto isso vai mudar na performance.
Mais informações
em breve
A Intel ainda não
revelou todos os detalhes da série Skylake. Como as apresentações ainda estão
rolando na IDF15, é bem possível que possamos ter algumas surpresas em breve,
incluindo fotos dos produtos e mais informações sobre a arquitetura.
Por ora, o que
podemos perceber é que a fabricante continua dando passos pequenos, mas sempre
com um objetivo bem específico: consumo inteligente e melhor desempenho. Ainda
não há datas oficiais para a chegada dos novos componentes ao consumidor, mas
as promessas são grandes em vários segmentos.